segunda-feira, junho 08, 2009

A noite chega




Casa de farinha







Quando eu e Kamila retornamos da casa de farinha, o relógio marcava 15h30 e a equipe estava a todo vapor no término do banheiro. Entre um intervalo e outro, um cafezinho.


Umas 16h Jhony Abreu responsável pelo trabalho pedagógico desenvolvido com as crianças na comunidade, chega ao barracão com 18 crianças de 3 a 12 anos, todas moradoras de Julião. Menos uma, a Milena, lembram da Milena? A garota falante e esperta que não conseguia memorizar o nome das pessoas por muito tempo? Ela estava no meio das outras crianças participando e interagindo muito bem.

Eram 17h e ainda faziam alguns retoques nas laterais do banheiro seco, com helicônias, arumãs, gergelins e cipó tuíra, mas o restante das obras só seria concluído no dia seguinte, pois já estava escuro e era hora do banho. Os mais corajosos decidiram ir para o rio enquanto outros com receio dos seres Amazônicos, preferiram o banheiro do barracão.

Com muita animação Kamila, Kátia e eu fomos para a cozinha fazer o jantar. Coisa básica, uma macarronada com molho caprichado de alho, sardinha, molho pronto de tomates, seleta e manjericão fresco colhido do horto e servido acompanhado com pão, tudo de bom!

Começamos a armar nossas redes, eu não tinha levado corda e a Kamila não tinha rede, mas seu Francisco nos ajudou e tudo acabou se acertando. Dormimos todos um ao lado do outro como acontece em barcos de linha da nossa região. Apesar de estarmos no meio da mata não vi vestígios de pernilongos, o clima estava quente e só começou a esfriar durante a madrugada. Mas a noite estava apenas começando, enquanto isso uns conversam e brincam, aproveitando que o gerador só é desligado às 23h.

Quando todos deitaram pra dormir eu perdi o sono, passava das 23h quando começou uma chuva repentina com ventos fortes que acordou alguns que tiveram que mudar a rede de lugar por causa da água, Ramon um dos pesquisadores ainda com os pés descalços foi quem socorreu a mulherada. A chuva passou e ficou um silêncio quebrado somente por alguns trovões que se ouvia ao longe dentro da mata. Os relâmpagos clareavam todo o local como um sol gigante!

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