Ao Mestre...

Em forma de oração começou ela a dizer ao Grande Criador dos céus... No topo do monte entoarei uma canção a Ti, dessas que dizem; A Ti e somente a Ti seja o meu louvor!

Com minha boca jurei a Ti amor eterno e minha alma ao teu olhar se apegou...

Teu selo está sobre o meu coração e teu vinho me embriagou.

Na porta da tenda me coloco a tua espera a cada entardecer, dia após dia...

Ao teu convite entrarei em teu jardim, inclinarei minha cabeça sobre teu peito e ouvirei palavras em sussurros, segredos indecifráveis aos filhos dos homens.

Amado Rabi...

Em grande angústia e despero te busquei, ao som dos meus soluços te inclinastes para mim, no estremecer de tua voz imediatamente e desarmada a inquitude se afastou, envergonhada fugiu a tempestade, sem mais espaço a tormenta silenciou...

Tua mão me elevou as alturas, em lugar seguro me encontrei

Apaixonadamente me dissestes; Estendo hoje sobre ti as minhas asas e te toco com meu cetro, minha linda menina e canção matinal...

Sim meu Mestre e Senhor...

Levanto-me agora bem mais forte, pois sabiamente eu escolhi o ontem para fazer um lindo hoje o qual colherei no amanhã... Dos cacos espalhados faço uma trilha aos meus pés e do lamento um estandarte de louvor ao Rei Jesus!

Por: Raina Felix

Conto...

Disse o velho sábio a doce menina;
_ Por onde andavas tu, não vi mais o teu jeito levado de ser nem tão pouco ouvi o som de tua voz angelical?

Respondeu ela:
_ Eu estive por aqui, por ali e por lá... Andando, olhando, observando o sentido e a razão do ser e do porquê...

E ele a indagou:
_ Pretendes ficar ou determinas seguir?
Ao que ela respondeu
_ Sábio senhor sei direito não, talvez sim e talvez não.

Afirmou o velho sábio;
_ Sabe menina, realmente estás diferente... Teu andar está silencioso com leveza e agilidade, igualzinho aos das corsas monteses. Em teu olhar vejo doçura e paz, em tua boca palavras não ditas e frases não terminadas, tuas mãos não tremem mais, teu coração parado está. Teu vestido longo exala um cheiro que faz lembrar flores da montanha, teu sorriso é como um soneto recitado ao fim do dia. Satisfaça meu coração respondendo a esta inquietação; o que te fez tão depressa mudar?

Respondeu-lhe a menina:
_ Sábio senhor... Enquanto andava, olhava e observava, encontrei com o Conde Sentido e a Condessa Razão no caminho do arvoredo, os quais me disseram em uma só voz;

_ Sempre andamos juntos, de mãos dadas, lado a lado...

Não separamos nunca e distantes não vivemos. Temos um presente a te entregar; O colar “Tem que ter” e o bracelete “Qual é a”. Se aceitá-los muito nos honrará, pois conosco sempre ligada estarás.

A menina a eles respondeu:
_ Perdoe-me gentil casal, mas não entendi o “Tem que ter” e “Qual é a”, do que me valerá tais acessórios em minha jornada utilizar?

Eles sorrindo apressadamente responderam sem tardar:
_ Inocente e doce criança... Em sua longa jornada outros casais reencontrarás e deles não te podes mais desviar; citarei alguns aqui os quais logo tão logo lembrarás.
Falar ou emudecer?
Insistir ou abrir mão?
Seguir ou recuar?
Sim ou não?

_ E para não te perderes nas trilhas do casal Desespero e Aflição, a resposta imediatamente terás em teu pescoço e no teu braço como inspiração estarão a te guiar e a dizer: “Lembre-se menina que antes de tudo”:

“Tem que ter Sentido”.
“Qual é a Razão”?

Por: Raina